"Tivemos uma excelente performance operacional no segundo trimestre, impulsionada pela implementação de novos sistemas de produção e por uma melhoria na eficiência dos campos em operação", afirmou em comunicado o diretor financeiro da estatal, Fernando Melgarejo.
O segundo trimestre da Petrobras foi marcado por aumento de 7,8% na produção de petróleo e gás natural, que chegou a 2,9 milhões de barris por dia, impulsionada principalmente pelo navio-plataforma Almirante Tamandaré, o maior que a empresa tem em operação.
A produção de combustíveis pelas refinarias da companhia caiu 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas houve aumento de 0,8% nas vendas, que chegaram a 1,8 milhão de barris por dia.
A receita de vendas da Petrobras caiu 2,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, para R$ 116,1 bilhões. Já o Ebitda cresceu 5,1%, para R$ 52,2 bilhões. Desconsiderando efeitos não recorrentes ocorridos no segundo trimestre de 2024, houve queda de 7,1%.
Naquele período, a companhia contabilizou provisões para pagar acordo para quitar dívidas tributárias de R$ 20 bilhões com a União. Desconsiderando esse efeito, o lucro líquido teria sido de R$ 28 bilhões. Sem efeitos extraordinários, o lucro do segundo trimestre de 2025 foi R$ 23,1 bilhões.
Melgarejo destacou que a Petrobras conseguiu manter o lucro no mesmo patamar do trimestre anterior, desconsiderando efeitos não recorrentes, mesmo com o preço do petróleo 10% mais barato. Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, a cotação média do petróleo caiu ainda mais: 20,2%.
Esse movimento ajudou a reduzir em 17,5% o lucro da área de exploração e produção da companhia, que fechou o segundo trimestre em R$ 22,4 bilhões —o impacto negativo do preço foi parcialmente compensado pelo aumento da produção.
Derrubou também o preço médio dos combustíveis vendidos pela estatal para o menor valor desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT): R$ 486,89 por barril. Responsável pela produção de combustíveis, a área de refino, transportes e comercialização teve queda de 15,8% no lucro, para R$ 1,2 bilhão.
A Petrobras informou que investiu US$ 4,4 bilhões (R$ 25 bilhões, pela cotação média do trimestre), 32% a mais do que no segundo trimestre de 2024, principalmente no desenvolvimento da produção de campos no pré-sal e na conclusão de obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
A dívida líquida da companhia ficou em R$ 319,5 bilhões, 0,7% inferior ao registrado no fim do trimestre anterior. Deste total, R$ 140,7 bilhões referem a dívida financeira. Outros R$ 230,7 bilhões são arrendamentos de plataformas de petróleo.
A Petrobras afirmou que os dividendos anunciados nesta quinta estão de acordo com sua política de remuneração aos acionistas, que prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre quando a dívida estiver abaixo do teto estabelecido pelo plano estratégico.
"Esta distribuição não compromete a sustentabilidade financeira da companhia", disse, em comunicado ao mercado.