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Ataque ao STF é efeito retardado de 'bombas' nas falas de Bolsonaro…
NOTÍCIA
Publicado em 15/11/2024

Bombas e pressão por anistia mostram que golpistas seguem em ação.

As declarações antidemocráticas de Jair Bolsonaro e os ataques do ex-presidente ao STF (Supremo Tribunal Federal) influenciaram a ação do homem que detonou explosivos na praça dos Três Poderes na quarta (13), afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (15

É realmente importante entender se ele agiu sozinho ou se houve outras pessoas envolvidas por ação ou omissão. Nós estamos vivendo no país com uma série de 'bombas' armadas. Essa foi uma de efeito retardado que estourou agora.

 

Desde que Bolsonaro tomou posse, várias 'bombas' foram detonadas. Ele chamou várias manifestações contra o STF, que eram verdadeiras 'bombas' com uma multidão, e xingava Alexandre de Moraes. Agora, fala em 'pacificar o país'. Moraes lembrou de uma, com aquele desfile de tanques da Marinha em frente ao Supremo.

Houve a invasão da sede da Polícia Federal no dia da diplomação do Lula. Houve a bomba armada em um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília por um sujeito que disseram depois ser um 'lobo solitário'. Mas ele estava seguindo um roteiro de 'bombas' que estavam sendo deflagradas até o 8/1. Há outras que foram ensaiadas.

 

O país está com várias 'bombas' armadas. Temos que tentar desarmá-las. Não pela anistia e nem pelas ameaças de novas investidas como essas que os bolsonaristas estão fazendo. Eles não estão pacificando o país. A mão dura da lei tem que agir sobre eles.

Tales Faria, colunista do UOL.

 

Para Tales, a comparação entre o caso das explosões e o de Adélio Bispo dos Santos, preso após dar uma facada em Jair Bolsonaro em 2018, é descabida.

 

A comparação que podemos fazer entre esses casos é que ninguém está pedindo anistia para o Adélio. Ninguém está falando para esquecê-lo; pode e deve ser lembrado. Esse cidadão cometeu um gesto louco, mas ninguém incentivou que isso fosse feito. O caso do 8 de janeiro, não; houve incentivos públicos no 7 de setembro, quando Bolsonaro disse que não obedeceria mais ao Supremo. Isso sem falar no gabinete do ódio.

 

A diferença é que não havia alguém por trás incentivando, muito menos publicamente. Não duvido que esse cidadão [o autor das explosões] tenha distúrbios. Mas essas pessoas são as mais suscetíveis à influência de um líder, como aqueles que invadiram o Capitólio a mando de Donald Trump.

 

Há uma diferença muito grande entre o Adélio e os bolsonaristas que ateiam fogo no corpo em frente ao Planalto ou fazem desfilar tanques em frente ao Supremo. 

 

Tales Faria, colunista do UOL

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