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Caiado: "A população está ávida para sair da discussão de extremismos"
NOTÍCIA
Publicado em 31/10/2024

Governador de Goiás confirma que será candidato à Presidência e diz que a sociedade quer discussões objetivas, não radicalismos.

 

Segundo ele, o Brasil "tem tudo agora, só não tem líder". O político ainda destaca que a União "não tem norte" para o combate à criminalidade.

 

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato declarado à Presidência da República em 2026, diz que é cedo demais para saber qual nome conseguirá representar uma aliança de centro-direita para concorrer à cadeira no Palácio do Planalto, mas sustenta que a população brasileira cansou dos extremismos.

"A população está ávida para sair dessa discussão de extremismos e trazer para uma discussão objetiva.

O Brasil, depois de Juscelino Kubitschek, nunca teve um presidente capaz de desenvolver este país. É um país que tem tudo agora, só não tem líder", enfatiza.

Ele garante que estará na disputa pela Presidência:

"É uma decisão tomada pelo partido e por mim: eu serei candidato em 2026". E afirma que vai rodar o Brasil para tentar se viabilizar.

Caiado estará nesta quinta-feira, no Planalto, para uma reunião de governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual discutirão um novo plano para a segurança pública. O gestor goiano se mostra cético sobre a proposta que o chefe do Executivo apresentará.

Na avaliação dele, é uma tentativa de interferência do governo federal nas forças de segurança estaduais. "Nunca fizeram nada para combater a criminalidade no país. Essa é a verdade. Nós estamos no segundo ano de governo, e não aconteceu nada. Você não viu nada, não tem projeto, não tem norte, não tem comando, nada. Está ao deus-dará.

Para Caiado, os termos da chamada PEC da Segurança não foram devidamente apresentados ainda.

O governador também critica os repasses da União para a segurança pública dos estados, considerados insuficientes.

"Já investi R$ 17 bilhões em segurança, eles mandaram R$ 900 milhões. Você vê que não apoiam nada."

O governador conversou com o Correio, nesta quarta-feira, em Brasília, logo após receber o Prêmio Professor Paulo Nathanael Pereira de Souza, entregue pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), já que Goiás alcançou o primeiro lugar entre os estados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com nota 4,8 no ensino médio público.

Segundo o gestor, investimento no ensino fundamental, regido pelos municípios, e incentivos para manter os alunos na escola foram fundamentais para o resultado.

O senhor é citado como um dos nomes mais fortes para disputar a Presidência em 2026. Sua participação está garantida?

É uma questão tomada não só por mim, mas também pelo União Brasil. Realmente eu me colocarei como candidato em 2026. Eu me sinto credenciado pela história da minha vida e os cargos que já assumi.

A população está ávida para sair dessa discussão de extremismos e trazer para uma discussão objetiva.

O Brasil, depois de Juscelino Kubitschek, nunca teve um presidente capaz de desenvolver este país.

É um país que tem tudo agora, só não tem líder.

Que dificuldade os candidatos de centro-direita terão para reunir os apoios políticos em um único nome?

Neste momento, eu diria que temos, talvez, a melhor safra de governadores do país da centro-direita.

Tarcísio (de Freitas), (Romeu) Zema, Ratinho, Eduardo Leite, todos temos partidos e chances de concorrer.

A pergunta é como construir isso? Não vamos nos estressar com isso agora. As alianças só serão realmente construídas em julho de 2026, e, depois disso, no segundo turno.

E se o Bolsonaro estiver elegível, ele também tem partido. Beleza, não é um fator limitante para nós.

O que estou fazendo: visitando os estados do Brasil.

E intensificar isso no próximo ano. Palestras, visitas, debates sobre os temas de cada região. Conheço o Brasil de ponta a ponta, então vou voltar a fazer essa caminhada.

É uma decisão tomada pelo partido e por mim: eu serei candidato em 2026.

O tema, nesta quinta-feira, no Planalto é segurança, com reunião entre governadores e o presidente Lula. O crime organizado preocupa os estados?

O Goiás é uma ilha de segurança pública no Brasil. No entanto, em outros estados, a área do estado do crime é maior do que o estado de direito.

Isso é extremamente preocupante, porque o avanço está sendo em proporções, eu diria, geométricas.

Não apenas se ocupa das regiões territoriais, mas também se envolve nas atividades econômicas e nos poderes constituídos.

Você vê a abrangência que eles estão tomando e o nível de proteção que estão tendo hoje, e isso nos preocupa, porque amanhã teremos narcoestado.

Não é nenhuma ficção.

Você tem que entender que eles amedrontaram as autoridades do Brasil, e a grande maioria das autoridades se ajoelha para a criminalidade.

Essa é a grande verdade.

Se não tiver autoridade moral, coragem para enfrentá-los, eles vão tomar conta do país em um curto espaço de tempo e vão chegar ao comando da nação. Não tenha dúvida disso.

O que o senhor pretende falar na reunião?

Acho que Goiás hoje é um exemplo para dizer, na reunião, quais são os pontos que eu discordo do Susp (Sistema Único de Segurança Pública) e qual é a minha visão de segurança pública no âmbito da União, do governo federal.

Querer intervir dentro da polícia estadual?

Eles têm um desconhecimento completo, não sabem o que é a prioridade local, não têm conhecimento da realidade de cada estado.

Já tem uma opinião sobre a PEC da Segurança?

Eles não falam o que que é. Ninguém nunca leu isso, é uma coisa fictícia. Nunca foi apresentado. Mas houve alguns sinais de que queriam ter poder para decidir.

Por exemplo, uma coisa que é polêmica: "Você vai botar câmera em policial?".

Não, não vou. Já disse isso ao ministro (da Justiça, Ricardo) Lewandowski, já disse isso ao secretário-executivo.

"Mas se você não apresentar estará excluído da verba do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP)".

 

Sabe quanto é que me mandaram em cinco anos e meio? Eu já investi R$ 17 bilhões em segurança, eles mandaram R$ 900 milhões. Você vê que não apoiam nada.

Então o senhor defende manter a autonomia dos governadores.

Tinham que abrir para que nós tivéssemos acesso ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), e não temos. Para que as mercadorias que foram apreendidas ficassem nos estados, e não na Justiça Federal.

E quem é que deve legislar sobre as penitenciárias?

Sou eu, não é o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que tem que legislar.

Se o CNJ quiser ir lá amanhã fazer uma vistoria, tudo bem, mas as prerrogativas são minhas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ninguém quer assumir", critica.

 

 

 
 
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