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Em voo da FAB, maranhenses que estão em Israel devem chegar ao Brasil na quarta-feira (11) e relatam insegurança: 'precisamos sair daqui'
10/10/2023 08:54 em NOTÍCIA

Voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que trará grupo de maranhenses deve chegar na quarta-feira (11), em Brasília. Ao g1, o pastor Antônio Dias, que lidera o grupo, relata inseguranças e dificuldades para remarcar passagens dentro do Brasil.

O grupo de turistas maranhenses que estão em Israel, em meio ao conflito entre israelenses e palestinos após o país entrar em guerra no sábado (7), deve chegar ao Brasil na quarta-feira (11).

Ao g1, o pastor Antônio Dias, líder religioso e agente de viagens do grupo, informou que o voo da Força Aérea Brasileira (FAB) deve decolar na tarde desta terça-feira (10) de Tel Aviv com destino à Brasília. A previsão é que o grupo chegue ao Maranhão também na quarta-feira (11).

"A programação informada para nós é o trecho que será de Tel Aviv e Brasília. Eles não disseram horários, acredito por questão de segurança", disse o pastor.

O grupo está há nove dias em Israel e chegou ao país para fazer turismo religioso. Um dos voos que deveriam trazer os brasileiros volta ao país foi cancelado no sábado (7). Ainda no mesmo dia, 13 pessoas conseguiram embarcar, de volta para o país.

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No domingo (8), o grupo fez mais uma tentativa de retorno ao Brasil e seis pessoas conseguiram embarcar em voos comerciais. Outros 17 brasileiros, entre maranhenses, tocantinenses e paraenses, permaneceram no hotel em Jerusalém até conseguirem ser repatriados pelo Itamaraty.

O pastor Antônio Dias disse que o grupo tentou a repatriação por meio dos filhos dele, que são advogados, e entraram em contato com o Itamaraty informando sobre a situação do cancelamento dos voos comerciais para o Brasil.

"Tentamos conseguir passagens de volta para o Brasil, mas não conseguimos. A Emirates havia cancelado o voo e estávamos sem resposta. Por isso, entrei em contato para minha filha para entrar em contato com o Itamaraty para conseguir uma ajuda urgente", disse.

O maranhense diz que também entrou em contato com parlamentares maranhenses dentre eles, a senadora Eliziane Gama (PSD/MA) e o deputado federal Josivaldo JP (PSD-MA), para conseguir reforços no pedido de repatriação do grupo.

"Ontem, o Itamaraty ligou e informou sobre a repatriação. Foram passados para nós as características de logística para que pudéssemos nos movimentar e sair do país", explicou o pastor.

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Viagem a turismo

Composto por turistas do Maranhão, Tocantins e Pará, o grupo com 37 pessoas chegou a Israel em 1º de outubro para fazer turismo religioso.

A viagem foi organizada pela agência de viagens que pertence ao pastor Antônio Dias, que também é pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Imperatriz (MA), cidade no sul do Maranhão. O grupo estava no hotel quando o bombardeio começou.

"Nós estávamos no hotel quando começou o ataque do Hamas. Quando fomos para o café, nosso receptivo nos informou da situação e se mudou toda a logística da viagem. Foi muito assustador", disse.

Voo de repatriação

A aeronave modelo KC-30 pousou em Roma, capital da Itália, na madrugada desta segunda (9). Segundo a FAB, o avião deve decolar no início da manhã desta terça (10) rumo a Tel Aviv, onde deve receber os brasileiros repatriados.

O KC-30, que tem capacidade para até 230 passageiros, deve pousar em Brasília na madrugada de terça (10) para quarta (11). Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os voos já foram autorizados pelo governo israelense.

Além desta aeronave, outro KC-30 também vai decolar nesta segunda rumo a Roma, onde deve aguardar novas informações para partir ao resgate em Israel.

'Precisamos sair daqui'

O pastor Antônio Dias e o grupo de brasileiros segue hospedado em um hotel em Jerusalém, na região centro-oeste do país, cerca de 200 km de onde está o maior ponto de conflito entre israelenses e palestinos.

Ao g1, o pastor diz que, apesar da 'distância' do ponto principal de conflito, a sensação de medo é constante. Ele conta que a rotina da cidade foi toda modificada devido ao conflito e que, apenas pessoas autorizadas, podem transitar pelas ruas.

"A gente se vê muito impotente. A gente confia em Deus, mas na condição de humano, a gente sabe que somos falíveis. O comércio está fechado, existe uma movimentação muito pouca na rua, só pessoas autorizadas podem circular em atividade de segurança. O que a gente percebe aqui é que intensidade da guerra vai aumentar", disse.

O maranhense conta que, na manhã desta segunda-feira (9), houve um ataque de mísseis em direção a cidade de Jerusalém, que foi contido. Mesmo com a tensão, por questões de segurança, o grupo precisou de abrigar em um bunker no estabelecimento até o fim do bombardeio.

"Veio aquela sirene que assusta a gente e a gente procurou o bunker de segurança do hotel. Ficamos por 5 a 10 minutos e voltou a 'normalidade'. O medo é muito constante por aqui. A gente quer sair e precisamos sair, é uma questão sobrevivência humana. Nós estamos em uma área de muito risco", diz.

Remarcação de passagens

Ao g1, o pastor Antônio Dias relatou que, além da dificuldade para sair de Israel, o grupo também tem enfrentado problemas com a remarcação de passagens para suas cidades de origem dentro do Brasil. Isso porque, devido ao conflito e a chegada deles no país em voos da FAB, haverá uma mudança no cronograma de chegada em solo brasileiro.

Segundo o pastor, ele procurou a LATAM para fazer a remarcação das passagens do grupo e foi cobrado até R$ 2 mil, por pessoa, para conseguir encaixar os brasileiros para voos com destino à Imperatriz (MA), Palmas (TO) e Marabá (PA). O grupo agora busca uma alternativa para voltar para casa.

"A gente entende a situação, mas não estava em nossos planos ter que remarcar. Só que acho um absurdo a cobrança desse valor em grupo que está voltando para casa em meio à guerra. Agora, queremos chegar primeiro no Brasil e conseguir resolver essa situação o mais rápido possível", diz.

Procurada pelo g1, a LATAM Airlines informou que está tentando contato com o grupo para chegar a um acordo.

Entenda o conflito

O conflito entre Israel e o Hamas entrou no terceiro dia nesta segunda-feira (9). O grupo extremista islâmico armado Hamas bombardeou Israel em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. O conflito já dura mais de 70 anos.

O Hamas é um grupo extremista armado é uma das maiores organizações islâmicas do mundo e, desde 2007, controla a Faixa de Gaza. Ele é considerado um grupo terrorista por países como os Estados Unidos e o Reino Unido.

As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa Gaza, de onde Hamas lançou lançados 5 mil foguetes. Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país.

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O país está em guerra com o Hamas, um grupo terrorista. Os israelenses devem invadir a Faixa de Gaza, uma região controlada pelo Hamas.

Por Rafaelle Fróes, g1 MA — São Luís, MA

09/10/2023 19h06  Atualizado há 13 horas

 

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