A entrada de imigrantes venezuelanos pela fronteira de Pacaraima (RR) aumentou 64,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022. Quem acompanha a crise humanitária na cidade atribuiu a alta à chegada de mais crianças desacompanhadas, idosos e pessoas doentes.
O que está ocorrendo
Entre janeiro e março deste ano, entraram 51.838 venezuelanos por Roraima — no mesmo período do ano passado foram 31.552. Os dados são da Operação Acolhida, da Casa Civil do governo federal.
Em relação ao último trimestre de 2022, também ouve um aumento de 21% na chegada de pessoas vindas da Venezuela (foram 42.604).
O aumento de imigrantes fez disparar o número de quem vive nas ruas de Pacaraima, acentuando a crise humanitária. Há relatos de prática de crimes, gerando críticas à permanência deles nas ruas. Entidades criticam a ação truculenta da polícia em alguns casos.
Com 20 mil habitantes, em 2022 a cidade teve um fluxo de venezuelanos equivalente oito vezes o total da população (veja abaixo a evolução dos números nos últimos seis anos).
A maioria dos venezuelanos que chega à cidade é levada para Boa Vista. Depois, os imigrantes vão para cidades que os recebem apoiam na reconstrução da vida em outro país.
De 2017 até o ano passado, 906 municípios receberam 89 mil venezuelanos — Curitiba lidera o ranking, com 5.700 venezuelanos recebidos em seis anos)
As mortes aconteceram na região central e na zona rural da cidade, tendo como vítimas uma mulher de 46 anos de idade e uma adolescente de 15 anos.
Dois crimes de feminicídio foram registrados, nesse domingo (11), na cidade de Caxias, a 360 km de São Luís. As mortes aconteceram na região central e na zona rural da cidade, tendo como vítimas uma mulher de 46 anos de idade e uma adolescente de 15 anos.
O primeiro feminicídio foi da adolescente Mayra Nathalia dos Santos Barbosa, de 15 anos, que foi morta na madrugada de domingo, vítima de estrangulamento.
Segundo a Polícia Civil do Maranhão, na noite de sábado (10), a vítima foi para casa do namorado, um jovem de 18 anos de idade, sem comunicar aos familiares, informando que estava na casa de uma amiga.
No local, uma casa no bairro Trizidela, o jovem estrangulou Mayra Nathalia com o cordão de uma calça e escondeu o corpo em um terreno, ao lado de sua residência. O crime aconteceu por volta das 4h de domingo. Após matar a adolescente, o jovem confessou o crime para a mãe dele e para pessoas próximas.
Já a família da vítima comunicou o desaparecimento da adolescente na noite de domingo, sendo que, no início da madrugada desta segunda (12), o jovem compareceu à delegacia para relatar que tinha praticado o feminicídio e indicar o local onde o corpo estava.
Ele foi autuado por feminicídio e ocultação de cadáver. Em depoimento, o jovem não soube dizer a motivação do crime.
O segundo feminicídio foi registrado no povoado Limeira, na zona rural de Caxias, por volta das 20h de domingo. A vítima foi identificada como Antonia Ilma da Silva Lima, de 46 anos.
De acordo com a polícia, a vítima e o companheiro dela, identificado como Carlos Augusto Procópio, estavam em uma festa, quando começaram a discutir. Antonia Ilma saiu da festa em companhia da afilhada, sendo seguidas pelo autor que abordou a vítima e novamente discutiram.
Na hora da briga, Carlos Augusto sacou uma faca e esfaqueou Antonia várias vezes. A vítima foi a óbito no local.
Após o crime, Carlos Augusto fugiu e ainda não foi localizado.
Com esses casos, sobe para quinze o número de feminicídios registrados no Maranhão, somente este ano.
Violência contra a mulher no MA
Em 2022, o Maranhão teve 165 casos de violência contra a mulher , sendo 57 feminicídios, segundo dados da Rede de Observatórios da Segurança, uma iniciativa de instituições acadêmicas e da sociedade civil em sete estados que acompanha políticas públicas de segurança, fenômenos de violência e criminalidade.
Os dados não são oficiais e são produzidos a partir de um monitoramento do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. O monitoramento também tipifica casos que não teriam sido classificados como feminicídio pela polícia, mas que, segundo a Rede de Observatórios, possuem evidências desse tipo violência.
Segundo a Rede de Observatórios, a maior parte dos registros tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento.
Por g1 MA
12/06/2023 18h58 Atualizado há 14 horas