Segundo Novacki, a PF encaminhou um laudo que apontaria que não houve problema como as senhas e que, caso Moraes designe um perito, Torres irá abrir o conteúdo dos aparelhos para a Justiça.
"Ele apresentou as senhas, saiu na imprensa que elas estavam erradas, a história não é bem essa. Com o laudo da PF nos também respondemos o por quê que houve falha técnica e o colocamos à disposição, caso o ministro determine o perito, vamos agir de boa vontade para abrir todas informações", disse.
Questionado se prisão seria uma forma de pressionar Torres para delatar, Novacki afirmou não ver as medidas como forma da Justiça forçar um acordo em que o ex-ministro entregue o ex-presidente Jair Bolsonaro.Para ele, o defesa de Torres conseguiu mostrar ao ministro que não havia mais necessidade de prisão cautelar.
Torres deixou a prisão na noite desta quinta-feira (11). Ele estava preso desde janeiro por suposta omissão nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Na decisão que soltou Torres, Moraes determinou medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se ausentar do Distrito Federal ou sair à noite e nos finais de semana.Torres, que é delegado da Polícia Federal, também foi afastado do cargo. Ele terá que entregar o seu passaporte e se apresentar toda semana à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, além de ter tido o porte de arma de fogo suspenso.
"No presente momento da investigação criminal, as razões para a manutenção da medida cautelar extrema em relação a Anderson Gustavo Torres cessaram, pois a necessária compatibilização entre a Justiça Penal e o direito de liberdade demonstra que a eficácia da prisão preventiva já alcançou sua finalidade, com a efetiva realização de novas diligências policiais, que encontravam-se pendentes", afirmou Moraes.
Na operação da qual Torres foi alvo, em janeiro, a PF encontrou na residência dele uma minuta de decreto para Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no final do ano passado. O objetivo seria reverter o resultado da eleição em que Lula (PT) saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.