O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa, nesta quarta-feira (7/9), de atos em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil. O chefe do Executivo federal e aliados têm se mobilizado para mostrar a força do bolsonarismo a menos de um mês do primeiro turno e em um momento em que o candidato à reeleição aparece em segundo lugar nas pesquisas.
De acordo com levantamento do Instituto Ipec divulgado na segunda (5/9), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém 44% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro oscilou de 32% para 31%. Já a pesquisa mais recente do Instituto Datafolha, publicada na última semana, aponta que o petista passou de 47% para 45% em relação ao estudo realizado em agosto; Bolsonaro, por sua vez, manteve-se com 32% das intenções de voto.
Os dois levantamentos têm uma coisa em comum: mostram que Bolsonaro segue, nas palavras dos próprios integrantes da campanha, “cristalizado” – ou seja, não varia além da margem de erro das pesquisas. Na tentativa de reverter o cenário na reta final para o primeiro turno, aliados querem mostrar que o mandatário tem o apoio de vários segmentos, a exemplo dos setores empresarial e religioso.
Empresários, em especial do agronegócio, e líderes religiosos devem marcar presença significativa no desfile agendado para esta manhã na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O mesmo deve ocorrer no Rio de Janeiro, onde Bolsonaro deve participar de uma manifestação na praia de Copacabana, na tarde desta quarta.
O mandatário tem sido orientado a não criar uma nova crise entre Poderes durante sua fala, como ocorreu no ano passado. No 7 de Setembro de 2021, o chefe do Executivo federal disse que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A campanha de Bolsonaro tem dito ao presidente que é preciso fidelizar o eleitor que hoje resiste em reeleger o atual mandatário da República por suas declarações polêmicas. O grupo, liderado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), teme que o chefe do Executivo federal use seu discurso para retomar críticas a ministros do Supremo, voltar a colocar o sistema eleitoral brasileiro em dúvida e proferir frases autoritárias contra instituições democráticas. Apesar da orientação do núcleo de campanha, aliados admitem que Bolsonaro é quem decide o que irá fazer “no calor do momento”.
No último sábado (3/9), o chefe do Palácio do Planalto voltou a criticar a decisão de Moraes que autorizou uma operação contra empresários bolsonaristas acusados de defenderem um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições. Na ocasião, Bolsonaro se referiu ao ministro como “vagabundo”.