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Lula e Bolsonaro gastam no Google e no YouTube para mitigar arranhões
Publicado em 03/09/2022 08:14
NOTÍCIA

Quatro anos após a eleição marcada pela influência das redes sociais e dos grupos de WhatsApp usados para propagação de fake news, a disputa de 2022 tem registrado investimento massivo das campanhas em plataformas digitais, principalmente para defesa dos candidatos.

Em três semanas de campanha, os políticos apostaram na compra de palavras-chaves no Google e de anúncios no YouTube para mitigar arranhões na imagem e se desvencilhar de acusações de adversários.

Respectivamente primeiro e segundo colocados nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) foram os que mais investiram nessas ações. O petista gastou mais de R$ 2 milhões em propagandas nas plataformas, e o atual presidente, quase R$ 1 milhão com anúncios segmentados para públicos específicos.

Neles, os candidatos conseguem definir qual o perfil —por região, gênero e idade— que irá receber o resultado no buscador e visualizar a propaganda do YouTube. No caso do Google, é oferecido o primeiro lugar no resultado de busca para uma determinada palavra-chave.

Com isso, equipes dos partidos têm monitorado os assuntos mais buscados e comentados em relação ao seu candidato e aos adversários e tentado responder com anúncios de links ou vídeos. Nas campanhas, a estratégia recebeu apelidos como "vacina" e "defesa".

O movimento para mitigar danos foi adotado pela equipe do presidente da República na última semana, após o debate presidencial, quando ele atacou a jornalista Vera Magalhães e a candidata Simone Tebet (MDB).

Enquanto via um movimento de buscas aumentar com as palavras-chaves "machismo" e "ataques" relacionadas ao candidato à reeleição, sua campanha pagou para que dois vídeos aparecessem nas buscas e fossem exibidos na internet.

As peças de propaganda também foram veiculadas no horário eleitoral na televisão aberta. Num vídeo de 30 segundos, a primeira-dama Michelle Bolsonaro fala sobre a chegada da água no sertão.

"Um presente para a mulher que merece e deve ser o que ele quiser. Juntas, estamos construindo um Brasil para elas, com elas e por elas", conclui a esposa do presidente.

Outra propaganda mostra cenas de um jogo de futebol em que a bola é uma reprodução da cabeça de Bolsonaro e de ataques e críticas a ele. "Qual o limite de agressões um homem pode suportar?", indaga uma locutora mulher.

Nas duas ações, os bolsonaristas gastaram cerca de R$ 80 mil e alcançaram mais de 10 milhões de visualizações só nos meios digitais, sem contar o público impactado na televisão aberta.

Nas últimas semanas, Lula teve pelo menos duas ações de reparação de danos orquestradas com compras de palavras-chaves no buscador e vídeos na plataforma do Google.

Na primeira, revelada pela Folha no dia 29 de agosto, o PT gastou mais de R$ 100 mil em anúncios no YouTube e no Google com defesas do ex-presidente em temas relacionados à corrupção.

Na plataforma de vídeos, a campanha comprou espaço para veicular um trecho da sabatina do Jornal Nacional. A edição mostrava a abertura da entrevista em que William Bonner afirmou que o petista não deve nada à Justiça. Foi cortada a pergunta do apresentador, que citava casos de corrupção. Após solicitação da Globo, a campanha retirou o vídeo do ar.

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