Lida nesta quinta (11) por juristas na faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), a "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" ultrapassou hoje o número de um milhão de assinaturas. O documento, que foi aberto ao público em 26 de julho, alcançou a marca 16 dias após o lançamento. A cifra foi atingida pouco antes das 22h.
Este é um dos textos que foram lidos hoje no Largo São Francisco, na capital paulista. Mais cedo, houve também a leitura do manifesto em defesa da democracia e da Justiça, capitaneado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Esta carta não teve coleta pública de assinaturas, mas foi endossada por mais de cem entidades.
O que motivou a carta? Embora não citem nominalmente nenhum político, os documentos foram uma reação a ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às instituições e ao sistema eleitoral, que têm ocorrido ao longo do mandato. A carta da USP foi publicada dias depois da reunião em que o chefe do Executivo voltou a levantar suspeitas já desmentidas de fraude nas eleições.
O presidente tem minimizado a importância do movimento, mas fez várias citações a eles nas últimas semanas. Entre outras declarações, ele chamou o documento de "cartinha", disse que os signatários são "sem caráter" e afirmou que banqueiros teriam apoiado o movimento em resposta a perdas de receita com o Pix, apesar de seu governo não ter sido o criador da ferramenta.