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Queda do dólar e fim de restrições reaquecem viagens internacionais
Publicado em 12/04/2022 08:56
NOTÍCIA

As fronteiras estão abertas, países estão diminuindo as restrições de entrada dos turistas e o dólar está caindo desde o início do ano. Estas situações criam um cenário animador para o turismo, de acordo com especialistas ouvidos pelo. A expectativa é de que mais pessoas façam viagens ao exterior e que o volume chegue próximo ao registrado pré-pandemia. 

"Para nossa completa felicidade, a retomada vem bem forte. Ainda não é de maneira linear, o que significa que vemos picos e vales que variam de acordo com as notícias sobre a pandemia. Esperamos chegar ao final do ano com o mesmo volume de viagens domésticas de 2019 e pouca coisa abaixo de 2019 para as internacionais", afirma Daniela Araújo, diretora de Sourcing Air da Decolar. 

A recente queda do dólar é um dos motivos para o otimismo do setor. "As viagens internacionais sofreram com o aumento do dólar no ano passado, mas a queda recente ajuda a aquecer o setor", afirma Araújo. 

Viviane Piovarcsik, gerente executiva de vendas da CVC, diz que a procura por viagens internacionais aumentou 50% em março em comparação a fevereiro deste ano. 

"O impacto da queda do dólar é altamente visível. O consumidor que está planejando uma viagem internacional não toma a decisão por impulso. Normalmente começa a pesquisar preços e se organizar com pelo menos seis meses de antecedência. Quando a cotação da moeda cai, a compra da viagem acaba sendo mais atrativa", diz Piovarcsik. 

Depois de subir pouco mais de 7% em 2021, o dólar já caiu cerca de 15% neste ano. Mas não é só o dólar que tem seu papel para reaquecer as viagens para fora do Brasil. A diminuição de restrições está fazendo com que os brasileiros se sintam mais seguros de voarem ao exterior. 

"Antes o foco estava nas viagens nacionais, mas neste último trimestre vimos que muitas restrições estão deixando de existir nos países. Elas acabavam inibindo algumas viagens, mas agora o mundo está de portas abertas de novo e isso acaba incentivando o consumidor a voltar a fazer viagens internacionais", afirma Piovarcsik. 

Algumas tendências identificadas pela Decolar na hora da compra são optar por pacotes de viagens, que costumam ter preços mais atrativos, e a preferência por tarifas flexíveis, que permitem cancelamento ou mudança de data se necessário sem cobranças adicionais. 

Destinos mais buscados 

Alguns destinos nunca saem de moda e devem continuar disputando a preferência dos brasileiros em 2022. É o caso de Orlando, Miami, Lisboa e Cancún, de acordo com a Decolar. Para a CVC, os brasileiros também devem aproveitar a temporada de ski, principalmente em Bariloche, e o verão europeu. 

A novidade deste ano, para Araújo, é que os brasileiros estão buscando mais destinos internacionais próximos, para uma "escapada" de menos dias. É o caso de Montevidéu, no Uruguai, Lima, no Peru, e Buenos Aires, na Argentina. 

"O que percebemos é um interesse pelos destinos clássicos, que sempre são procurados por brasileiros, mas estão aparecendo cada vez mais destinos mais próximos do Brasil, como o Chile, Argentina e Peru. Saindo de São Paulo, é mais rápido chegar a Buenos Aires do que a Fortaleza, por exemplo", afirma Araújo. 

Uma pesquisa feita pelo buscador de viagens Kayak mostra que os mais buscados em março foram Lisboa, Buenos Aires, Orlando e Miami. Veja a lista dos 20 destinos internacionais mais buscados e o crescimento das buscas em março em comparação a janeiro: 

  1. Lisboa (Portugal): 583% 

  1. Buenos Aires (Argentina): 703% 

  1. Orlando (Estados Unidos) 738% 

  1. Miami (Estados Unidos): 662% 

  1. Santiago (Chile): 653% 

  1. Paris (França): 580% 

  1. Nova York (Estados Unidos): 580% 

  1. Porto (Portugal): 641% 

  1. Londres (Reino Unido): 614% 

  1. Cancún (México): 546% 

  1. Roma (Itália): 1326% 

  1. Madri (Espanha): 558% 

  1. Milão (Itália): 1070% 

  1. Barcelona (Espanha): 548% 

  1. Los Angeles (Estados Unidos): 614% 

  1. Lima (Peru): 817% 

  1. Toronto (Canadá): 646% 

  1. Bariloche (Argentina): 760% 

  1. Amsterdã (Holanda): 656% 

  1. Punta Cana (República Dominicana): 568% 

Preços altos 

Apesar do cenário otimista do setor, viajar está mais caro. O preço das passagens para Barcelona, por exemplo, subiu 32% em março em comparação a janeiro, custando R$ 4.541. 

Dos 20 destinos mais buscados, Bariloche foi o único que teve uma diminuição de preço das passagens (-3%), que custavam R$ 2.735 em março. O destino é considerado uma das apostas para esta temporada de ski, de acordo com a CVC. 

"Há muitas variáveis que podem influenciar o preço das passagens aéreas: oferta e demanda; comprar para a alta ou para a baixa temporada; planejar com antecedência ou em cima da hora; reconfiguração das malhas aéreas; preço do combustível de aviação; variação cambial", afirma Gustavo Vedovato, Country Manager do Kayak no Brasil. 

 
 

 

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