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Pré-candidata no DF é alvo de transfobia nas redes: 'Mulher de próstata'
Publicado em 01/04/2022 09:41
NOTÍCIA

A pré-candidata à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal Paula Benett (PSB) foi vítima de ataques transfóbicos nas redes sociais ao compartilhar uma reportagem sobre ela e outras mulheres trans e travestis que irão concorrer a uma vaga na Casa no pleito deste ano. 

A matéria da Agência Pública compartilhada por Paula tinha o nome dela e de outras mulheres como a deputada estadual Erica Malunguinho (Psol-SP), a pré-candidata à deputada federal por Pernambuco Robeyoncé Lima, a vereadora por São Paulo e pré-candidata à deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), e a também pré-candidata à Câmara e ex-BBB Ariadna Arantes (PSB). 

Um perfil chamado "WDI Brasil", que tem sua descrição se classificando como "Campanha pelos Direitos Humanos das Mulheres", afirmou na postagem de Paula que "Preenchendo as cotas das mulheres com portadores de próstata. Inclusão pra c4r4lh*!". O perfil que proferiu discursos transfóbicos contra as candidatas conta com mais de 6.935 seguidores 

Paula respondeu o comentário e apontou que o perfil que fez os comentários transfóbicos segue um "feminismo retrógrado e excludente". 

"Lamentável a sua transfobia. A sua página defende um feminismo retrógrado, excludente e anacrônico, apenas reproduz o mesmo sentimento machista que foi imposto às mulheres por meio de exclusão, invisibilidade e silenciamento. Nós mulheres transexuais e travestis somos parte do gênero feminino que tem uma gama de identidades, inclusive o Estado já reconheceu isso juridicamente e administrativamente", rebateu a pré-candidata. 

E acrescentou: "Você age de forma criminosa confundindo liberdade de expressão com liberdade de opressão, incluir as trans, não significa retirar direitos das mulheres... Por favor, respeite mais, evolua e melhore. Abraço". 

Ao denunciar os comentários transfóbicos, Paula escreveu na legenda da postagem: "A transfobia de cada dia que tenta nos derrubar e silenciar". 

No mesmo comentário, Paula rebateu outro perfil que questionou por que as mulheres transsexuais e travestis não usam cotas específicas para o grupo em vez de cotas para mulheres na política. 

"Com todo respeito, nenhuma trans quer tomar lugar de uma cis, somos identidades femininas que sofremos por estarmos no gênero feminino que vai além de sexo e genitália, acho errado segregar. Você só está reproduzindo o preconceito e o que sempre ocorreu contra as mulheres e o gênero feminino." 

"Na política, não se preocupe, é por gênero, homens trans irão disputar nas vagas de gênero masculino e mulheres transexuais e travestis nas vagas de gênero feminino, ou seja não há prejuízo, e outra quando falamos de gênero feminino temos que entender que é diverso com várias identidades e especificidades." 

A assistente social ainda destacou que foi a primeira mulher trans a ocupar um assento no Conselho da Mulher no Distrito Federal, atuou como servidora na Secretaria da Mulher e "teve o privilégio de trabalhar coletivamente com todas". A pré-candidata ainda destacou que "o tipo de luta excludente que vocês fazem só fortalece o machismo". 

 

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