Toomaj Salehi fez canções exigindo mais direitos às mulheres no país e participou de manifestações.

MUNDO - O rapper iraniano Toomaj Salehi foi condenado à forca por participar de protestos contra a morte, em 2022, da jovem Mahsa Amini, que foi presa acusada de usar um hijab inapropriado.

Em declaração ao jornal irariano 'Sharq', o advogado do músico disse nesta quarta-feira (24) que Salehi será enforcado por acusações referentes a um período de agitação nacional contra o governo.

O rapper foi preso em 2022 após declarar apoio às manifestações "Mulheres, Vida, Liberdade", que tiveram início após a morte de Amini, aos 22 anos. Milhares de pessoas já foram presas no país desde então.

Há relatos também de tortura e mortes entre os detidos.

Salehi publicou fotos participando dos protestos contra a morte da jovem, além de ter feito canções criticando o governo iraniano e demandando mais direitos às mulheres no país.

O músico foi senteciado à pena máxima pelo do Tribunal Revolucionário de Isfahan, acusado de “assistência em sedição, reunião e conluio, propaganda contra o sistema e apelo a motins”.

Nas redes sociais, Toomaj Salehi declarou: “Vocês deveriam saber que não tenho medo da morte, da prisão e da tortura.

O que temo é ver mulheres venderem seus corpos por necessidade e ser obrigado a calar a boca.

Tenho medo de ver as pessoas se curvarem até a cintura na lata de lixo, mas permanecerem em silêncio; ver você bater em um trabalhador e ficar quieto; testemunhar o assassinato de um manifestante e a tortura de sua família em busca de justiça, e calar a boca... Há um mar de sangue entre você e eu".