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Ex-chefe da Polícia Civil do RJ preso por suspeita de matar Marielle assumiu cargo na véspera do crime
24/03/2024 20:12 em NOTÍCIA

Rivaldo Barbosa foi alvo de operação da PF na manhã deste domingo.

SÃO PAULO

 

Preso na manhã deste domingo (24) por suspeita de autoria intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, o ex-chefe da Polícia Civil no Rio do Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa, assumiu o cargo na véspera do crime, em 13 de março de 2018.

O assassinato da vereadora e do motorista aconteceu na noite do dia 14.

Ele foi preso parte da operação Murder Inc., realizada em conjunto com a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.

Além dele, os irmãos Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), deputado federal, e Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio também foram presos.

Ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa é escoltado por um policial após chegada à Polícia Federal do Rio de Janeiro - Daniel Ramalho/AFP

Os nomes envolvidos são suspeitos de serem os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

 

A operação foi realizada no domingo para surpreender os suspeitos, de acordo com as primeiras informações. Há a indicação de que eles tentariam fugir. Além dos mandados de prisão, a polícia cumpre 12 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), todos no Rio.

Rivaldo Barbosa foi subsecretário de inteligência e dirigiu a Divisão de Homicídios da Polícia Civil antes de assumir a chefia da instituição.

Ele foi escolhido para comandar a Polícia Civil na época da intervenção federal no Rio, comandada pelo general Walter Braga Netto, que depois virou ministro de Jair Bolsonaro.

 

Foi neste período que o general ganhou notoriedade.

Braga Netto foi também ministro da Casa Civil e da Defesa antes de ser candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

 Mensagens consideradas comprometedoras pela PF deram destaque ao general nas investigações sobre um plano golpista para manter o ex-presidente no poder em 2022.

Foi ele quem bancou a escolha de Rivaldo na instituição.

Cinco meses após ser escolhido para o comando da instituição, o Ministério Público pediu o afastamento de Rivaldo do cargo por ter contratado uma empresa de informática sem licitação.

Sob a chefia dele, a Civil do Rio cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão ligados às mortes.

Em um deles, em dezembro de 2018, agentes da Delegacia de Homicídios da capital foram a 15 endereços espalhados pelos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Na época, o delegado afirmou que a ação estratégica "estava buscando provas concretas para a condenação dos assassinos".

"Eu não posso levantar o sigilo senão eu estrago a investigação", disse.

Segundo a polícia, a operação visava cumprir mandados oriundos de inquéritos policiais paralelos ao caso Marielle.

 

 
 
 
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