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Para evitar acusação de uso de dízimo, Malafaia banca ato pró-Bolsonaro
17/02/2024 09:51 em NOTÍCIA

 

 

Depois de falar que a entidade religiosa à qual pertence pagaria o ato em defesa de Jair Bolsonaro (PL), o pastor Silas Malafaia mudou o discurso e afirmou que vai bancar os custos do próprio bolso. Ele espera reunir 300 mil pessoas na av. Paulista, em São Paulo, no dia 25.

O que aconteceu

Malafaia foi o idealizador da manifestação. Ele esteve a quinta-feira (15) inteira com Bolsonaro, em Brasília, planejando o evento e ficou decidido que haveria um único trio elétrico.

Na saída do encontro, o pastor declarou que a Associação Vitória em Cristo iria arcar com os gastos. A afirmação foi dada em entrevista coletiva e publicada por Malafaia em seu próprio Instagram.

Os recursos são exclusivos da Associação Vitória em Cristo. Não tem recurso de político, não tem recurso de caixa dois ou seja lá de onde quer que seja.

Pastor Silas Malafaia, na quinta

Ontem, porém, o pastor mudou o discurso. Ele disse que as despesas serão bancadas com dinheiro pessoal. Mais uma vez, a informação foi postada em seu Instagram.

O pastor justificou que começou um burburinho de que estava usando dinheiro de fiéis. Ele alegou que a associação é uma entidade diferente da igreja, não tem dízimo e que seu estatuto permite manifestações públicas.

Mas, como tem renda, Malafaia disse que preferiu tirar dinheiro do bolso e evitar "acusações da esquerda". Ele disse que seu Imposto de Renda comprova o poder aquisitivo para custear o trio elétrico.

Dinheiro doado por fiéis vai pagar o ato. Tanto se viesse como bancado pela igreja, quanto pelo salário de Malafaia, a fonte vem dos próprios integrantes da congregação.

Eu vou pagar e acabo com qualquer tentativa de levarem para um lado... porque a covardia é grande.

Pressão popular, mas ainda sem grandes nomes

O veículo trará um slogan em defesa do Estado Democrático de Direito, mote da manifestação. Embora seja investigado pela PF (Polícia Federal) por suspeita de planejar um golpe de Estado, o ex-presidente diz que joga "dentro das quatro linhas da Constituição".

Malafaia bancou ato em 7 de Setembro. Naquele dia de 2022, durante a corrida presidencial, o então candidato à reeleição subiu num trio elétrico no Rio também custeado pelo pastor. O slogan à época questionava o sistema eleitoral: "Eleições limpas e transparentes".

Segundo a PF, Bolsonaro encomendou e alterou uma minuta para invalidar o resultado das eleições. Ele também teria chamado militares para fazer uma intervenção após a derrota para Lula e usado as redes sociais para desacreditar as urnas eletrônicas.

Além de rebater as acusações, o ex-presidente espera reunir uma multidão. A ideia é, com a militância presente, fazer uma pressão popular contra sua eventual prisão de Bolsonaro e demonstrar popularidade e força política. Eles estimam que 300 mil pessoas comparecerão ao ato.

A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também é aguardada. A expectativa é que ela faça uma oração logo no início da manifestação.

Até o momento, poucos nomes da direita confirmaram presença. O único governador que garantiu participação foi Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. Ele foi ministro da Infraestrutura durante o governo Bolsonaro. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tem sido pressionado por aliados a não ir ao ato. Isso também foi usado por seu principal opositor.

O PL não convocou governadores eleitos. Apesar de ter dois mandatários em exercício, Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Jorginho Melo (Santa Catarina), ambos ainda não confirmaram presença.

Segundo o deputado federal Zucco (PL-RS), ele ainda aguarda a confirmação de dois governadores. Mas os nomes não foram revelados. Ele esteve na reunião de preparação do ato.

Palanque com 50 deputados e senadores. Esse número, segundo o parlamentar, era a perspectiva até a quinta-feira. Mas ele entende que o número deve subir de forma significativa nos próximos dias.

 

A falta de nomes de peso é minimizada por Malafaia. Ele afirmou que o convite é amplo e direcionado para toda a sociedade. O pastor também disse que "vai trabalhar para muitos evangélicos estarem presentes".

O deputado Zucco acrescentou que outras cidades desejam fazer manifestações, mas o foco estará em São Paulo, maior metrópole do país. Ele diz crer que vai ter mais autoridades querendo estar ao lado de Bolsonaro do que espaço no trio elétrico, que comporta cerca de 80 pessoas.

Políticos e lideranças têm repassado a mensagem de Bolsonaro para tentar ampliar o público. A intenção é demonstrar intenso apoio popular.

Mais do que discurso, [quero] uma fotografia de todos vocês, porque vocês são as pessoas mais importantes deste evento.

Jair Bolsonaro (PL-RJ), ex-presidente, convoca para a manifestação pelas redes sociais

Sem ataques a autoridades

Existe uma preocupação de não afrontar autoridades, principalmente o ministro do STF Alexandre de Moraes. Por isso houve uma orientação para os participantes não levarem faixas e cartazes.

Também haverá cuidado na seleção de quem vai discursar. O número de oradores não está definido, mas é certo que Malafaia e Bolsonaro terão o microfone. Zucco declarou que a principal mensagem será a do ex-presidente.

Com a lembrança fresca do 8 de Janeiro e de suas consequências, existe um apelo para que seja mantida a ordem. Os discursos também devem ser mais comedidos. Em 2021, ele subiu num trio elétrico na avenida Paulista e chamou o Alexandre de Moraes de "canalha".

 

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