Ouvir rádio

Pausar rádio

Offline
Terremoto no Japão causa ondas de 1 metro e acende alerta de tsunami
01/01/2024 14:37 em NOTÍCIA

Tremores deixam 36 mil casas sem energia e provocam focos de incêndio; não há registros de mortes

 

TÓQUIO | REUTERS e AFP

Um terremoto de magnitude de 7,6 atingiu o centro-norte do Japão às 16h10 (4h10 no horário de Brasília) desta segunda-feira (1º), causando incêndios e destruição na costa oeste do país. Ainda não está claro se houve mortes —horas depois dos tremores, informações sobre possíveis vítimas ainda eram escassas.

O sismo, cujo epicentro se deu na província de Ishikawa, motivou avisos de tsunamis de cinco metros na região onde ficam os municípios de Ishikawa, Niigata e Toyama. O alerta foi depois atenuado, com o anúncio de expectativa de ondas de no máximo três metros após algumas delas chegarem a um metro e meio no porto de Wajima.

O porta-voz do governo japonês, Hayashi Yoshimasa, disse em um encontro de emergência com jornalistas que as autoridades ainda estavam verificando a extensão dos danos e pediu aos habitantes que se preparassem para possíveis terremotos adicionais. Ao longo do dia, moradores esvaziaram as áreas que podem ser afetadas.

 

Segundo a Agência Meteorológica do Japão, tremores secundários podem continuar acontecendo por até uma semana. Por isso, o primeiro-ministro Fumio Kishida rogou à população que seguisse alerta.

Enquanto isso, países próximos também se mobilizaram para possíveis tsunamis. A agência de notícias estatal russa Tass informou que o Ministério de Emergências do país retirou moradores de partes da costa oeste da ilha de Sacalina, no oceano Pacífico, que poderiam ser atingidas. Alertas também foram emitidos nas cidades de Vladivostok e de Nakhodka, no extremo leste do país.

 

Já a Coreia do Sul orientou moradores de sua costa leste a buscarem abrigo em regiões mais altas.

 

Imagens divulgadas pela mídia local mostraram um prédio desabando em uma nuvem de poeira na cidade costeira de Suzu e uma grande rachadura em uma estrada em Wajima. O terremoto também abalou prédios na capital, Tóquio, na costa oposta à do epicentro. Mais de 36 mil residências ficaram sem energia em Ishikawa e Toyama.

À imprensa, autoridades afirmaram que seis pessoas ficaram presas sob os escombros de prédios colapsados em Ishikawa, acrescentando que as Forças de Autodefesa do Japão seriam enviadas à região para ajudar no resgate.

Por causa do terremoto, os serviços ferroviários de alta velocidade para Ishikawa foram suspensos e as operadoras de telecomunicações Softbank e KDDI relataram interrupções nos serviços de telefone e internet na região.

O sismo também afetou o setor aéreo. A companhia ANA ordenou o retorno de aviões que se dirigiam aos aeroportos de Toyama e Ishikawa, enquanto a Japan Airlines cancelou a maioria de seus serviços para as regiões de Niigata e Ishikawa. Um dos aeroportos de Ishikawa foi fechado.

A Autoridade de Regulação Nuclear do Japão disse que a princípio não houve maiores problemas nas usinas nucleares localizadas próximas ao mar do Japão, incluindo cinco reatores ativos nas plantas de Ohi e Takahama, na província de Fukui.

Ainda de acordo com o órgão, a usina de Shika, em Ishikawa, localizada perto do epicentro do terremoto, tinha interrompido seus dois reatores para inspeção regular. Um incêndio causado pelos tremores chegou a atingir um transformador no local, mas foi extinto sem causar danos.

Outros focos de fogo foram identificados em Kanazawa, capital da província de Ishikawa, e em um complexo industrial na cidade de Joetsu, ao norte, mas também foram controlados.

Edifícios ficam gravemente danificados em Wajima, província de Ishikawa, após terremoto no Japão - Yusuke Fukuhara/Yomiuri Shimbun/AFP

A última vez que um tsunami grave alcançou a costa do Japão foi em 11 de março de 2011. Na ocasião, o nordeste da nação insular foi atingido por uma enorme onda que matou quase 20 mil pessoas, devastou cidades e desencadeou fissões nucleares em Fukushima.

Antes disso, o maior tremor registrado no país tinha sido o chamado Grande Terremoto de Hanshin, que atingiu o oeste do Japão em 1995 e matou mais de 6.000 pessoas, principalmente na cidade de Kobe.

O terremoto desta segunda ocorreu durante o feriado de 1º de janeiro, quando milhões de japoneses tradicionalmente visitam templos para marcar o ano novo. Em Kanazawa, um destino turístico popular em Ishikawa, imagens mostraram os restos de um torii, tradicional portão japonês, espalhados na entrada de um santuário enquanto fiéis observavam.

Ayako Daikai, moradora de Kanazawa, disse que fugiu para uma escola primária próxima com seu marido e dois filhos logo após o terremoto. Salas de aula, escadas, corredores e o ginásio estavam todos lotados de pessoas, disse ela.

"Também vivi o Grande Terremoto de Hanshin, então achei que seria mais seguro fugir", disse ela à agência de notícias Reuters quando contatada por telefone. "Ainda não decidimos quando voltar para casa."

 
 
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!