O jornalista e apresentador Gil Gomes morreu nesta terça-feira (16), em São Paulo, aos 78 anos, em decorrência de um câncer

O ex-repórter do "Aqui e Agora" estava em casa, quando foi encontrado desacordado e levado às pressas ao Hospital São Paulo, que confirmou a morte.

Gil Gomes sofria de Parkinson e passava a maior parte do tempo recluso em casa. Em entrevista ao UOL em 2016, ele falou sobre a doença e como se preparava para voltar à televisão pela TV Ultrafarma, canal UHF 

Cândido Gil Gomes Jr., o Gil Gomes, nasceu na Mooca, bairro histórico de São Paulo, em 1940. Ele ficou mais conhecido no "Aqui Agora", programa policial sucesso de audiência no SBT na década de 90.Na atração policial, o jornalista se destacou pelo gestual e sua voz inconfundível.  Ao UOL, ele falou sobre as mudanças na linguagem dos telejornais após o sucesso programa. Em sua opinião, esse era um reflexo das adaptações que se fizeram necessárias após o "Aqui Agora.

  Prisões e ameaças.

Muito antes de comandar o "Aqui Agora", Gil Gomes já fazia jornalismo policial no rádio. Mas sua cobertura não agradava ao regime militar que comandava o país na época – e ele acabou preso mais de 30 vezes,conforme relembrou ao ser entrevistado pelo programa "Sensacional" da RedeTV!. "Terminava o programa e a viatura da Polícia Federal vinha me buscar. Só que eu era amigo do [político] Romeu Tuma e sempre saía", afirmou o jornalista.

Ameaças também foram uma constante na carreira de Gomes. conforme ele mesmo relatou: "Trabalhava na rádio e recebi um telegrama dizendo que tinha apenas 30 dias de vida. No outro dia, recebi mais um, escrito '29 dias de vida', e e começou uma contagem regressiva. Quando faltavam 12 dias, mataram meu gato, envenenado. Depois daí, a contagem acabou e não aconteceu nada, mas eu tenho uma mania de valente". O jornalista também lembrou que ajudou a solucionar vários crimes.